A Vereação de Mosteiros concedeu no final da manhã desta sexta-feira,8, uma conferência de imprensa para manifestar o seu repúdio pela exclusão do município do Plano de Mitigação do Mau Ano Agrícola publicado pelo governo, a 1º de Fevereiro, no Boletim Oficial.
O presidente da Câmara Municipal afirmou que “estamos perante uma decisão unilateral e estribada numa construção ilusória segundo a qual, Mosteiros teve, no ano transato, bom ano agrícola”.
Segundo Carlos Fernandinho Teixeira, “esta avaliação do Ministério da Agricultura é absolutamente inconsistente, sem sentido e facilmente desmentida pelos factos. Devemos confessar, quando ouvimos um tal anúncio, ocorreu-nos tratar-se de um lapso ou de uma brincadeira de mau gosto, uma vez que ninguém de bom senso excluiria Mosteiros de um pacote para enfrentar um mau ano agrícola, pois trata-se de um Concelho eminentemente agrícola”.
O autarca lembrou à Comunicação Social Que “já há dois anos e na sequência do mau ano agrícola, o Ministério da Agricultura e Ambiente, numa determinação sem precedentes, quis que a Câmara realizasse um programa de mitigação absolutamente descontextualizado da nossa proposta inicial e bem arredado do que nós havíamos considerado importante para socorrer os Agricultores, sobretudo aqueles mais necessitados”.
O Ministério da Agricultura e Ambiente propôs que o tal programa fosse implementado à volta do perímetro florestal de Monte Velha e Chã das Caldeiras, localidades que, como é sabido não só pertencem ao Município de Santa Catarina, como também, e a fixarmos mão-de-obra, os beneficiários teriam que percorrer a pé distâncias superiores a 3 horas e num desnível de mais mil metros de altitude. “A leitura que fizemos já naquela altura era a de que o Ministério da Agricultura desconsiderava Mosteiros do seu plano de Mitigação, desconsideração essa agora consumada plenamente com a exclusão do Concelho de todo o programa de mitigação”, pontuou o presidente da Câmara Municipal de Mosteiros.
No ano passado e para que se pudesse voltar à normalidade, a Câmara Municipal teve de agir junto dos próprios doadores, démarche que acabara por redundar num enorme atraso na execução do programa do ano anterior, que apenas veio a ter início em março do ano transato.
Neste sentido, o presidente instou o Ministério da Agricultura e Ambiente a provar que Mosteiros teve um bom ano agrícola em 2018 e em segundo lugar a arrepiar com urgência o caminho e integrar o Concelho no plano de mitigação.
“A produção em toda a extensão da zona baixa do Concelho foi nula e é de uma veleidade inacreditável considerar-se ter havido um ano de colheitas. Mesmo para as zonas altas os agricultores foram confrontados com pragas que destruíram em larga medida as colheitas”, sustentou Teixeira.
O dirigente da CMM alertou o Ministério da Agricultura que não confunda pasto com colheita. “O que se precisa mesmo é de socorro para os homens do campo e é isso que estamos a exigir do governo do país. ”
Carlos Fernandinho Teixeira disse esperar que “não tenha havido má-fé ou sinais de vingança para com um Município pobre e desprovido de recursos para, sozinho, enfrentar mais este mau ano agrícola.”
Mosteiros fica de fora juntamente com as Ilhas do Sal e S. Vicente, ilhas que pela sua natureza e capacidade de arrecadação de receitas poderão encontrar outras formas de apoiar os agricultores.
“Enquanto Município inserido numa Ilha agrícola, Mosteiros foi isolado e esquecido. Estamos a fazer um veemente apelo ao governo para arrepiar este caminho e voltar a considerar Mosteiros no programa de mitigação. ”
GCI